segunda-feira, 14 de junho de 2010

entrevistada scaellet o'hara


Oi amiga sei que você não me conhece pessoalmente, mas sei que um dia vamos nos conhecer. Já começando minhas perguntas. Queria saber um pouca da sua carreira ?
S.O. – Bem, é uma longa história, mas vou tentar resumir aqui rapidinho. Comecei a minha carreira artística há quase 8 anos. Minha primeira montagem oficial foi no dia 1º de dezembro de 2002, quando fui convidada por um amigo para fazer um show em seu bar LGBTT. Desde então resolvi adotar o nome Scarllet, pois era fã do filme “E o vento levou”. Nesses quase oito anos fui me aperfeiçoando em animações para o publico heterossexual. E a 4 anos sou uma das apresentadoras da Boate mais badala do Ceará, a Divine.

Como é que você vê o mundo gay de Fortaleza?

S.O. – Bem, hoje as coisas estão muito mudadas com relação a uns anos atrás. O número de artistas é muito maior e o mercado ficou muito mais concorrido. Há a questão de não termos muitos espaços para artistas transformistas em nossa cidade, o que é uma pena, pois temos grandes nomes que muitas vezes não podem mostrar mais os seus trabalhos por conta disso. Infelizmente vivemos numa província que não valoriza a gama de artistas existentes nela. Essa é a triste realidade do nosso mundo GLBTT aqui no Ceará.
O que você acha da nova geração de transformismo no Ceará?
S.O. – Hoje temos grandes artistas e um elenco maravilhoso. Não fazemos vergonha a nenhum show no Sul e Sudeste do país. A nova geração, como você fala, está a cada dia se aperfeiçoando mais e querendo sempre chegar à frente. A competitividade é grande e eu adoro. Sempre gosto de prestigiar os nomes que estão surgindo. E no futuro será assim, só fica no mercado quem tem capacidade e faz um trabalho com profissionalismo.

Sou louco pelos transformistas, acho-os maravilhosos, adoro o glamour de cada um, e você?

S.O. – Sim, o glamour é fundamental. Como falei anteriormente adoro prestigiar lindos shows. Sou muito de “dar a César o que é de César”, quando um show é bonito, aplaudo e fico encantada, mas quando não vejo isso fico triste e percebo que aquele artista talvez não tenha outra oportunidade para mostrar do que realmente é capaz. Temos que ter em mente que nosso publico é muito exigente e que a critica é esmagadora. Temos que tomar muito cuidado com o publico e procurar fazer trabalhos que tragam coisas novas, uma produção bela, uma dublagem impecável, uma interpretação sensacional, sempre respeitando o publico que paga caro para ver bons shows. Penso muito nessa linha.

Tenho visto que as Drag queen vem aumentando nos palcos do Brasil , também vejo que os transformistas estão cada dia diminuindo mais o que você acha desta geração ?

S.O - Não tenho essa mesma impressão, acho que é porque você está ai na Europa (RISOS). O que vejo é uma crescente em ambos os estilos. Nossa como existem transformistas surgindo por todos os lados, muitas querendo ganhar uma faixa! Estamos num momento em que surgem concursos de beleza em todos os lugares, bairros. É uma febre! (RISOS). Mas tem espaço pra todos e são todos muito bem aceitos pelo publico gay de uma forma geral.
Amiga acho que as “máfias” estão em todos os lados do mundo, em concursos ou desfiles, o que você acha dos concurso e desfiles de Fortaleza?
S.O. – Acho que hoje existe muita transparência nos concursos. Com a implantação do “voto ao vivo” ficou mais difícil se perceber “máfias”, pois, dizem que há mais transparência. Embora eu pense que o voto deveria ser secreto, para se manter a integridade de cada jurado. Mas infelizmente não temos, no mundo dos homens, a ética e a imparcialidade como virtudes. Todos os seres humanos podem ser corrompidos por interesses. Infelizmente ainda há isso entre nós e vai demorar muito para evoluirmos para a ética universal.
Tenho visto que você sempre está no palco da Divine, me conte qual e sensação de estar lá em cima?
S.O. - É um prazer indescritível apresentar os fins de semana na Boate Divine. O calor do público, o reconhecimento, o carinho, o respeito. Tudo é muito satisfatório. Por isso sempre me preocupo em levar o melhor de mim para o palco. Sei da responsabilidade e do respeito que temos de ter com todos. É, para mim, uma coisa muito prazerosa e sensacional.

Eu nunca tive coragem de me jogar nos concursos ai no Brasil até porque sei que precisa ter sobrenome e eu nunca tive. Mas chegando em Portugal comecei a me montar, fazer shows, e aqui vejo que sou discriminada por ser brasileira e você acha que você como transformista e discriminada ?
S.O. – Não me sinto discriminada. Sabemos que sempre vai existir o preconceito com os gays de uma forma geral. O fim do preconceito é uma utopia, infelizmente. Procuro viver sempre mostrando o que há de melhor no mundo gay e artístico, sempre levando o lado puro, engraçado e humano da história. É claro que sempre iremos sofrer algum tipo de “alfinetada”, mas é normal. Eu sempre fui e sou muito respeitada por onde passo, graças a Deus. Entro e saio bem dos lugares porque respeito a todos e com isso sou respeitada.
Amiga vamos ficar por aqui, queria q você fizesse um relatório da sua careira para quem não lhe conhece ficar sabendo da carreira desta transformista linda q e você?
S.O. – Como falei no início, minha carreira está às vésperas de completar aninhos. Sou um artista da noite e dos palcos. Trabalho como animadora em festas, despedidas de solteiras, chás de casa nova, aniversários, casamentos, recepções, confraternizações de empresas etc. Tenho um grande diferencial, procuro manter um nível nas minha animações. Sem baixaria ou palavrões. É do que muitas clientes minhas reclamam quando vão me contratar e sempre relatam fatos de arrependimentos ao contratar Drags-Transformista para suas festas. Enfim, moldo-me a qualquer evento, animação, confraternização ou telegrama. Há quase 8 anos no mercado das animações e a 4 anos como apresentadora da Boate Divine, a casa LGBTT mais tradicional do Ceará.



Beijos a todos ai de Portugal e muito obrigada pelo convite.